Logrador, Carnaubeira da Penha . Pernambuco
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DOADORES
IMBURANA
Projeto Imburana
INÍCIO
O Projeto Imburana nasce da preocupação de salvar este pé da espécie Commiphora leptophloeos, que estava sendo ameçada de corte=morte. "Quando se derruba a imburuna-de-cambão é quebrada uma das cadeias naturais importantes da caatinga".


Na mata da Minha aldeia
Tem pau, tem mel, tem flor
Na mata da Minha aldeia
Tem pau, tem mel, tem flor

A mata da minha aldeia
Jesus Cristo abençoou
A mata da minha aldeia
Jesus Cristo abençoou
(Letra de cantiga do Toré)


Foi em viagem a Carnaubeira da Penha que tomei conhecimento por meu irmão César Barros que a imburana estava em risco de extinção devido a demanda para fazer carrancas. Eu tenho uma relação forte com a escultura e em particular com a carranca. E fiquei pensandob sobre naturacultura, como a arte poderia colocar em risco a natureza. E a cada imburana que ele me mostrava pelo caminho parecia-me que iria se tornar uma carranca...e fui criando uma afinidade com esta planta mesmo sem saber identifica-la ainda muito bem.

Acompanhando uma negociação de terra entre parentes, presenciei a iminência de corte da planta como condição dada após a venda/compra da área na qual está situada a imburana de cambão, com a finalidade de fazer um banco (assento). Por ser de madeira macia a imburana de cambão é muito cobiçada para aconfecção de móveis, portas, e esculturas de santos e carrancas, e mesmo, objetos de arte contemporânea.

Este pedaço de terra de 240m(N) X 240m(S) X 77m(L) X 100m(O), está localizada no Logrador, área indígena da etnia Atikum-Umã, da qual sou descendente, no atual Município de Carnaubeira da Penha, no Estado de Pernambuco, onde nasci. Constitui-se de terreno (a fazer análise de solo), é cortado por um riacho perecível, contendo além da imburana-de-cambão, outras tantas espécies vegetais, dentre elas: imbuzeiro, braúna, aroeira, jurema, pau-ferro, quixabeira, faveleira, favela de galinha, canafista, espinheiro, pinhão, mameleiro, mandacaru, xique-xique, catingueira, cansanção, etc.

Pesquisando sobre ela, aprendi que a imburana é especialmente procurada pelas abelhas que criam sua colmeia nos ocos da árvore. Ela está cada vez mais rara de se encontrar no semiárido pernambucano devido à derrubada ilegal. Por conta do risco de desaparecimento da árvore, apicultores defendem o tombamento da espécie como patrimônio natural. Os apicultores, com o apoio de pesquisadores e artesãos, acreditam que o tombamento pode inibir a derrubada da imburana-de-cambão.


























Eu tava no meio da mata
Eu tava tirando mel
Eu tava no meio da mata
Eu tava tirando mel

Foi quando eu me vi cercado
Dos indios de Canindé
Foi quando eu me vi cercado
Dos indios de Canindé

Corte o pau e tire o mel
E cabou Canindé
Corte o pau e tire o mel
E cabou Canindé
(Letra de cantiga do Toré)

Em um contexto de desmatamento agressivo com fins ao cultivo agrícola mercantil e a produção comercial de carvão vegetal, esta iniciativa de preservação do patrimônio natural da caatinga do sertão pernambucano é exemplar e didática.

Lucy Lippard escreve que não pode ser subestimado o potencial reconstrutivo de uma prática de arte que restaura e revela o significado de um lugar para aqueles que vivem nele, fornecendo alternativas para a visão voraz de natureza da cultura dominante. Esta arte que ocorre fora dos locais convencionais, torna visível o seu local ao invés de simplesmente ocupa-lo é 'place-specific' mais do que que 'site-specific', incorporando pessoas, forças econômicas e topográficas. Ela torna-se parte na construção de uma crítica do já instituído e/ou no envolvimento diário. Faz com que os lugares signifiquem mais para aqueles que vivem ou passam tempo nele.(Notas de uma recém-chegada,IN Hay en Portugués? n°4. hayportugues.blogspot.com.br).

Eu tomei a iniciativa de adquirir a referida terra com a condição de salvaguardar esta imburana. Isto acordado, a partir de então, iniciei uma Campanha de Donativos para aquisição da aréa e salvamento desta planta como proposição artística, que ora dá nome ao projeto e que precisa para a sua devida proteção da salvaguarda do seu habitat. E para esse fim, a continuidade de uma série de procedimentos, a saber:

1. Visibilidade do projeto como proposta artística.
1.1. Mapear, fotografar e catalogar os organismos da flora e da fauna interagindo entre si e interagindo também com o ambiente físico do projeto.
1.2. Divulgação através da Mídia e de Exposição em espaços culturais

2. Manutenção e preservação do ecossistema e preservação do ambiente físico.
2.1. Reforçar a delimitação da área.
2.2. Construir uma sede do projeto.
Expedição 28 e 29 fev 2016
ARTE & IMBURANA
Expedição 28-29 fev 2016
Expedição 12-18 jul 2016
IMBURANA ON-LINE
Expedição 04-06 set 2016
Expedição 24-27 mar 2017